A Diocese de Campo Maior deu início oficial às comemorações de seu Jubileu de Ouro, marcando meio século de missão evangelizadora no território piauiense. A abertura do Ano Jubilar aconteceu na noite do dia 12 de junho de 2025, com uma Solene Celebração Eucarística na Catedral de Santo Antônio Aparecido, dentro da programação da Trezena em honra ao padroeiro diocesano. A Santa Missa foi presidida por Dom Francisco de Assis, administrador diocesano, e contou com a presença de todo o clero diocesano, seminaristas, religiosos, religiosas, autoridades e centenas de fiéis leigos e leigas de diversas paróquias.

Durante a homilia, Dom Francisco destacou a importância histórica da data, recordando que, há 50 anos, a Diocese de Campo Maior foi oficialmente criada, com sede episcopal na cidade de Campo Maior. O bispo destacou que esta celebração marca o início de um “Ano da Graça do Senhor”, um Jubileu da Esperança para toda a Igreja particular.
Ao fazer memória dos três bispos que conduziram a Diocese ao longo dessas cinco décadas, Dom Francisco ressaltou a contribuição de cada um para o fortalecimento da caminhada pastoral e missionária. Recordou que Dom Abel Alonso Núñez, primeiro bispo diocesano, esteve à frente da Diocese por 24 anos, sendo um grande incentivador das vocações e responsável pela construção de 54 igrejas em diferentes comunidades, tanto na zona urbana quanto na zona rural. Em seguida, o bispo mencionou Dom Eduardo Zielski, segundo bispo da Diocese, de origem polonesa, que assumiu o pastoreio em 2000. Segundo Dom Francisco, Dom Eduardo trouxe experiências pastorais que marcaram a vida diocesana, com ênfase na catequese e na evangelização da juventude.
Dom Francisco também relembrou o período de vacância ocorrido em 2016, que perdurou por 15 meses, até sua nomeação como terceiro bispo diocesano, em junho de 2017. Em sua reflexão, afirmou que buscou, ao longo de seu episcopado, o fortalecimento do diálogo com o clero, o acompanhamento vocacional dos seminaristas, a organização administrativa e pastoral da Diocese e uma atenção especial à formação missionária dos leigos. Fez ainda uma confissão carinhosa: que, sem deixar ninguém de lado, considera seu episcopado especialmente voltado às crianças e aos jovens, a quem chamou de “centelhas de esperança da Igreja que floresce”. Dom Francisco também partilhou com a assembleia sua recente transferência para a Diocese de Cajazeiras (PB), onde tomará posse como 9º bispo em julho deste ano.
Ao concluir a homilia, o bispo convidou todos os fiéis a manterem viva a chama da esperança, motivados pelo convite do Papa Francisco para celebrar o Ano da Esperança. Exortou o povo de Deus a viver com intensidade o Jubileu Diocesano, destacando que este tempo especial será pautado por três pilares: tradição, história e perspectiva de futuro.
Dom Francisco também apresentou o tema oficial do Jubileu: “Conduzir e salvar em Cristo”, ressaltando a espiritualidade que cada bispo imprimiu à Diocese ao longo desses 50 anos. Recordou que Dom Abel assumiu o verbo “apascentar” como missão de cuidar do povo de Deus; Dom Eduardo destacou a “misericórdia” como caminho de salvação; e ele próprio escolheu a imagem de uma cruz com os campos da missão, símbolo da “copiosa redenção” anunciada pelos missionários redentoristas.
Dom Francisco concluiu deixando uma exortação a todo o povo diocesano: presbíteros, religiosos, religiosas, leigos e leigas, evangelizadores e evangelizadoras, para que permaneçam firmes na missão de anunciar Jesus Cristo, com esperança e unidade, seguindo o conselho deixado por Dom Abel em sua posse episcopal em 1976: “Vamos acreditar que algo novo pode acontecer, se quisermos, com Cristo, caminhar. Continuar esse caminho de construir juntos a Diocese de Campo Maior. Ninguém se sinta fora, ninguém se julgue incapaz ou dispensado. Somos todos chamados a ser Igreja que anuncia Jesus Cristo. Ninguém se ache no direito de deixar de lado o irmão. É caminhando juntos, nos amparando mutuamente, nos animando, confiando e acreditando no irmão, sobretudo querendo bem uns aos outros, que verdadeiramente anunciaremos a notícia feliz: ‘Onde há amor e caridade, Deus aí está.’”


Um dos momentos significativos da celebração foi a entrada da urna com os restos mortais de Dom Abel Alonso Núñez, primeiro bispo da Diocese de Campo Maior. A entronização foi realizada por padres ordenados por suas mãos episcopais, gesto carregado de simbolismo que expressa a proximidade, a memória e a presença missionária de Dom Abel, que continua a inspirar a caminhada da Igreja diocesana mesmo após sua páscoa definitiva.

Ao final da celebração, o Chanceler do Bispado proclamou a Bula de Abertura do Ano Jubilar, documento oficial que marca solenemente este tempo de graças para a Diocese de Campo Maior. Após a leitura, Dom Francisco realizou a assinatura do documento, sendo entoado em seguida o tradicional hino “Te Deum”, como ação de graças pelas bênçãos recebidas ao longo dessas cinco décadas de evangelização.