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DIRETO DE ROMA: Padre e leiga de Campo Maior falam sobre o encerramento do Ano da Misericórdia

DIRETO DE ROMA: Padre e leiga de Campo Maior falam sobre o encerramento do Ano da Misericórdia

Neste último domingo (20), toda a Igreja celebrou o encerramento do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, proposto pela Papa Francisco. Direto de Roma – Itália, o padre Marcos Rogério e a historiadora Natália Oliveira, que pertencem a Diocese de Campo Maior, nos contaram um pouco sobre o que mais lhes chamou a atenção nas festividades que ocorreram no Vaticano.

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Vaticano, no encerramento do Ano Santo da Misericórdia.

Sobre o Consistório, que foi a criação de 17 novos cardeais no dia 19 de novembro (entre eles o bispo brasileiro Dom Sérgio da Rocha, Arcebispo de Brasília e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB), padre Marcos (natural de José de Freitas-PI) nos relatou que no Pontifício Colégio Pio Brasileiro, lugar em que ele está morando enquanto conclui seu mestrado em Teologia Moral na Pontifícia Academia Alfonsiana, os padres costumam chamar os novos “príncipes da Igreja” de “cardeais da misericórdia”, para sinalizar a responsabilidade que eles têm em serem colaboradores do Papa no anúncio e vivência da misericórdia.

 “É interessante como o Papa preferiu nomes que representam várias regiões que antes não havia cardeais, e áreas realmente periféricas do mundo. Isso reafirma os direcionamentos pastorais que o papa escolheu e o tipo de Igreja que ele compreende que deve existir”. Padre Marcos Rogério.

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Historiadora campomaiorense, Natália Oliveira, juntamente com o novo cardeal brasileiro, Dom Sérgio.

Segundo padre Marcos, este 29º Ano Santo vivido na história da Igreja, foi diferente dos outros por diversas razões, estre elas está a descentralização das Portas Santas, fazendo com que o jubileu ficasse mais perto dos católicos do mundo todo: “A primeira Porta Santa foi aberta em Pangui, República Centro Africana, num país de muitos conflitos e guerras. O Papa foi aconselhado não ir a esse lugar, mas ele, mesmo assim foi.”

Sobre o estilo do papa nas celebrações, Padre Marcos é categórico: “Sóbrio, simples e direto. As celebrações dele são sempre assim, mas nem por isso deixam de serem belas e ricas”.

Sobre a Missa de encerramento do Ano da Misericórdia, neste domingo (20), Natália Oliveira (natural de Campo Maior-PI) nos contou como as pessoas puderam contemplar o fechamento da Porta Santa e ainda ter a oportunidade de ouvir a reflexão do Sumo Pontífice: “Ele (Papa Francisco) enfatizou a necessidade de continuarmos a viver a misericórdia e confiar no maior atributo de Deus, pois segundo ele a grande porta da Misericórdia continua aberta, o coração de Cristo, nos Sacramentos. Além disso, ele ressaltou que Deus não guarda em sua memória os nossos pecados, mas nos tem como nós mesmos, como filhos amados. Portanto, é sempre tempo de se levantar e retornar para o Pai”, finalizou.

Já para o sacerdote, a reflexão do Papa Francisco ficará marcada na história recente da Igreja: “Ele começou constatando o paradoxo entre a realeza de Cristo e a realeza mundana. Mas, o mais chamou a minha atenção foi o final da homilia: ‘Com efeito, embora se feche a Porta Santa, continua sempre escancarada para nós a verdadeira porta da misericórdia que é o Coração de Cristo. Do lado trespassado do Ressuscitado jorram até ao fim dos tempos a misericórdia, a consolação e a esperança’. Essas palavras soam como um conforto tão grande, ao mesmo tempo uma alegria incomparável, porque o Senhor está conosco de acordo como ele prometeu. Eu nunca vou esquecer: as portas do Coração de Jesus, rasgadas pela lança do soldado, nos fez conhecer até onde chegou amor de Deus por nós. Por isso, hoje sinto uma vocação particular para anunciar a misericórdia divina a todos aqueles que o Senhor me indicar”, disse.

A celebração foi encerrada com o Angelus e com o anúncio da Carta Apostólica  Misericordia et Misera.

Para Nátalia, o Papa Francisco, ao longo de todo esse ano, procurou conscientizar a todos nós da necessidade de vivermos a misericórdia fazendo o bem ao próximo e acolhendo o irmão que sofre sem nenhuma distinção nem julgamento.

“Isso foi perceptível em todas as suas catequeses, celebrações e ações ao longo desse tempo de graça. Peçamos a Deus que este ano possa despertar em nós um coração misericordioso como o do Pai”. Natália Oliveira

Padre Marcos finaliza afirmando que o encerramento deste Ano Santo não significa o fim de um tempo forte na Igreja e de vivência da Misericórdia, mas, apenas o começo de uma nova etapa na história do povo sofrido e pecador: “Todos devem conhecer que Deus lhes ama que o lugar dos pecadores, dos aflitos, dos doentes, dos desesperados, dos marginalizados, dos esquecidos é sempre perto do Coração Misericordioso de Jesus.”

Padre Marcos Rogério e Nátalia Oliveira estão passando uma temporada na Europa graças a duas bolsas de estudos conseguidas pela Igreja Particular de Campo Maior. A historiadora campo-maiorense está estudando sobre a história da Igreja na Pontifícia Universidade Gregoriana.

Reportagem: Helder Felipe  – Assessoria de Comunicação

diocesedecampomaior.org.br

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